terça-feira, outubro 31, 2006
De boca aberta
Sábado de manhã. Um dia lindo. Os dois na cama.
- Ahh!, dormi lindamente... Estou óptima da cabeça!
- A sério?!
- Infelizmente estou com uma infecção vaginal tramada.
- Bom, isso...
- E uma zona facial. Apanha-me este lado da cara, e a boca toda.
- Ah,...
- ... e hemorroidal e caroços nas mamas, nas duas, e artroses e bicos de papagaio. Na verdade, nem consigo mexer-me. Traz-me o pequeno-almoço, por favor.
Ele foi buscar. Veio com o tabuleiro nas mãos e uma idéia na cabeça.
- Vou sair.
- Vais sair?
- Vou sair.
- Onde é que vais?
- Vou á rua.
- Vais á rua?
- Vou á rua.
Saiu do prédio e entrou no carro. Colocou a chave na ignição e agarrou-se ao volante. E agora? Nunca tinha ido ás putas antes... Decidiu que, para começar, optaria pelo sexo oral. Uma mamada parecia-lhe apropriado. Estimava que 20 euros chegassem, mas e se fosse mais? Pior, se durante a mamada lhe apetecesse mais, com a excitação e isso? Faria as contas a 40 euros, era mais certo.
Só um problema. Não tinha dinheiro. O ordenado dele já não existia. Estoirou-o todo na bolsa. Foi o que ela pediu nos anos. Só lhe restava uma saída. Ligou o carro e arrancou para casa dos pais.
- Bom dia, pai. Tudo bem? Excepto esse cancro que o come por dentro, claro...
- Ah, filho, ainda bem que chegas. Ajuda-me aqui a mover o pulmão de aço da tua mãe.
- A mãe já morreu, pai. Porque é que ainda não se livrou disso?
- É um local seco. Serve-me de adega, agora.
- Preciso de 40 euros, pai.
- É para emprestares a um amigo teu para ele ir ás putas pela primeira vez porque já está farto de nem ao Sábado ter sexo e da masturbação também já não lhe chegar?
- Sim, sim!
Com dinheiro, acelerou em direcção á mata. Sabia que havia um mata para aqueles lados. Tinha lá passado uma vez, por acaso, quando reparou em carros parados e em mulheres á beira da estrada a cada 100 metros. Havia variedade: altas, baixas, gordas, magras, velhas, novas, pretas, brancas, amarelas... Estava ansioso e excitado. Como escolher? De repente lembrou-se do pai e o coração ficou mais pequenino. E se o dinheiro não chega? Não queria pensar nisso agora. Lá estava a placa a indicar o desvio:
MATA DE PUTA, 1 KM ->
Cortou para o alcatrão danificado. Andou um bocado até a estrada entrar pela mata. Começou a ver carros parados. Depois mais carros, todos encostados á berma. Viu uma mulher, talvez quarenta anos, gorda, sentada num caixote á beira da estrada. O coração batia agora mais rápido. Começou a suar. Calma, pensou. É só uma mamada.
- Bom dia...
- Tudo bem?
- Quanto é o "beijinho"?
- Desculpa?
- O "beijinho"...?
- OLHA LÁ, Ó CARALHO, ESTÁS A BRINCAR COMIGO, Ó CARALHO??
- ...?!
- SOU UMA PUTA SÉRIA, Ó CARALHO! COMIGO SÓ DE BROCHE PARA CIMA, Ó CARALHO, Ó CARALHO!!
Arrancou a toda a velocidade. A coisa não correu bem. Se calhar não estava a utilizar o jargão correcto. Só podia ser isso. Estas pessoas têm um vocabulário muito próprio. É preciso comunicar na sua lingua. Ia tentar novamente, mais á frente. Lá estava mais uma. Era mais nova, esta. Magrinha, cabelo curto.
- Bom dia...
- Tudo bem?
- TÁ-SE BEM, PORCA! SUA PORCA!! SUA VACA!! SUA CABRONA ORDINÁRIA!!
Ela não disse nada e ficou só a olhar para ele.
- COMO É??! VOU-TE REBENTAR ESSA PUTA DE BOCARRA BADALHOCA, OU QUÊ?
Quando ela retirou uma bola de bilhar da bolsa ele arrancou a toda a velocidade. Isto não estava a correr nada bem. Começava a enervar-se e custava-lhe pensar. Tinha de manter a serenidade. Parou o carro e entrou na mata. Voltou 5 minutos depois, muito mais calmo.
Precisava decidir como fazer a pergunta. É dicíl chegar a esta gente. Reflectiu no que se tinha passado e optou tentar uma abordagem situada entre as outras duas. Continuou pela estrada fora até encontar uma mulata, cabelo pintado de laranja, bem fornecida. Estava a fumar um cigarro e pareceu-lhe bastante descontraída. Resolveu encostar o carro junto dela.
- Bom dia...
- Tudo bem?
- A quanto fica o sexo oral, barra "beijinho", barra mamada?
- 30 euros.
- Trinta??! Foda-se! Vai mas é mamar no caralho!
E arrancou a toda a velocidade.
- Ahh!, dormi lindamente... Estou óptima da cabeça!
- A sério?!
- Infelizmente estou com uma infecção vaginal tramada.
- Bom, isso...
- E uma zona facial. Apanha-me este lado da cara, e a boca toda.
- Ah,...
- ... e hemorroidal e caroços nas mamas, nas duas, e artroses e bicos de papagaio. Na verdade, nem consigo mexer-me. Traz-me o pequeno-almoço, por favor.
Ele foi buscar. Veio com o tabuleiro nas mãos e uma idéia na cabeça.
- Vou sair.
- Vais sair?
- Vou sair.
- Onde é que vais?
- Vou á rua.
- Vais á rua?
- Vou á rua.
Saiu do prédio e entrou no carro. Colocou a chave na ignição e agarrou-se ao volante. E agora? Nunca tinha ido ás putas antes... Decidiu que, para começar, optaria pelo sexo oral. Uma mamada parecia-lhe apropriado. Estimava que 20 euros chegassem, mas e se fosse mais? Pior, se durante a mamada lhe apetecesse mais, com a excitação e isso? Faria as contas a 40 euros, era mais certo.
Só um problema. Não tinha dinheiro. O ordenado dele já não existia. Estoirou-o todo na bolsa. Foi o que ela pediu nos anos. Só lhe restava uma saída. Ligou o carro e arrancou para casa dos pais.
- Bom dia, pai. Tudo bem? Excepto esse cancro que o come por dentro, claro...
- Ah, filho, ainda bem que chegas. Ajuda-me aqui a mover o pulmão de aço da tua mãe.
- A mãe já morreu, pai. Porque é que ainda não se livrou disso?
- É um local seco. Serve-me de adega, agora.
- Preciso de 40 euros, pai.
- É para emprestares a um amigo teu para ele ir ás putas pela primeira vez porque já está farto de nem ao Sábado ter sexo e da masturbação também já não lhe chegar?
- Sim, sim!
Com dinheiro, acelerou em direcção á mata. Sabia que havia um mata para aqueles lados. Tinha lá passado uma vez, por acaso, quando reparou em carros parados e em mulheres á beira da estrada a cada 100 metros. Havia variedade: altas, baixas, gordas, magras, velhas, novas, pretas, brancas, amarelas... Estava ansioso e excitado. Como escolher? De repente lembrou-se do pai e o coração ficou mais pequenino. E se o dinheiro não chega? Não queria pensar nisso agora. Lá estava a placa a indicar o desvio:
MATA DE PUTA, 1 KM ->
Cortou para o alcatrão danificado. Andou um bocado até a estrada entrar pela mata. Começou a ver carros parados. Depois mais carros, todos encostados á berma. Viu uma mulher, talvez quarenta anos, gorda, sentada num caixote á beira da estrada. O coração batia agora mais rápido. Começou a suar. Calma, pensou. É só uma mamada.
- Bom dia...
- Tudo bem?
- Quanto é o "beijinho"?
- Desculpa?
- O "beijinho"...?
- OLHA LÁ, Ó CARALHO, ESTÁS A BRINCAR COMIGO, Ó CARALHO??
- ...?!
- SOU UMA PUTA SÉRIA, Ó CARALHO! COMIGO SÓ DE BROCHE PARA CIMA, Ó CARALHO, Ó CARALHO!!
Arrancou a toda a velocidade. A coisa não correu bem. Se calhar não estava a utilizar o jargão correcto. Só podia ser isso. Estas pessoas têm um vocabulário muito próprio. É preciso comunicar na sua lingua. Ia tentar novamente, mais á frente. Lá estava mais uma. Era mais nova, esta. Magrinha, cabelo curto.
- Bom dia...
- Tudo bem?
- TÁ-SE BEM, PORCA! SUA PORCA!! SUA VACA!! SUA CABRONA ORDINÁRIA!!
Ela não disse nada e ficou só a olhar para ele.
- COMO É??! VOU-TE REBENTAR ESSA PUTA DE BOCARRA BADALHOCA, OU QUÊ?
Quando ela retirou uma bola de bilhar da bolsa ele arrancou a toda a velocidade. Isto não estava a correr nada bem. Começava a enervar-se e custava-lhe pensar. Tinha de manter a serenidade. Parou o carro e entrou na mata. Voltou 5 minutos depois, muito mais calmo.
Precisava decidir como fazer a pergunta. É dicíl chegar a esta gente. Reflectiu no que se tinha passado e optou tentar uma abordagem situada entre as outras duas. Continuou pela estrada fora até encontar uma mulata, cabelo pintado de laranja, bem fornecida. Estava a fumar um cigarro e pareceu-lhe bastante descontraída. Resolveu encostar o carro junto dela.
- Bom dia...
- Tudo bem?
- A quanto fica o sexo oral, barra "beijinho", barra mamada?
- 30 euros.
- Trinta??! Foda-se! Vai mas é mamar no caralho!
E arrancou a toda a velocidade.
posted by: João @ 23:05
+ + +
6 Comments:
Este foi um dos posts com mais palavrões que eu já li... mas a situação assim o exigia ;-)
Olha o meu amigo Bruno!!
Pois era, tens razão. E também não faz sentido censurar-me aqui. :-)
Pois é... as coisas que se inventa quando a semana passa directamente de 6ª para Domingo sem passar na casa de partida e sem receber os 2.000 escudos.
Nuno Castro
Venenoso, venenoso... :-)
Isto recorda-me a minha adolescência, talvez também um pouco já como adulto, para falar verdade faz-me lembrar o meu estado actual
Abraço
China
lol! China, agora parecias o ran-tan-plan! :-)
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